Passo
a considerar os seguintes aspectos que envolvem a preparação, entrega e
recepção da Palavra de Deus.
O pregador e seu coração
Tudo
começa com o próprio coração. Ao olhar para si, o pregador fiel vê-se limitado,
fraco, e sem qualquer predicado para realizar tarefa tão sublime que é a
pregação do Evangelho. Ele luta consigo mesmo, se esmurra e golpeia (1Co 9.27),
na tentativa de sufocar qualquer suspiro de vaidade e soberba. Sabe que não
pode subir ao púlpito com um coração orgulhoso, pois, se o fizer será um
instrumento imundo tentando levar a água pura e cristalina da Palavra – e ele
sabe que se assim fizer, estará comprometendo seriamente a pureza da Palavra.
O pregador o texto bíblico
Ao
debruçar-se sobre o texto sagrado, o pregado fiel sabe que tem diante de si o
maior tesouro, a maior dádiva, a mais rica bênção de Deus, pois, sem este Santo
Livro ser humano algum jamais poderia conhecer a Deus. Dessa forma, um peso
tremendo recai sobre os ombros do pregador fiel. Ele não pode pregar nada além
das Escrituras. O pregador fiel precisa entregar-se ao estudo profundo do
texto bíblico e à oração incansável para que, no que depender dele, as pessoas
possam entender o que a Palavra de Deus diz, mas, nunca deve se esquecer que
quem de fato aplicará a cada coração o que cada um precisa e lhe está destinado
é o Espírito Santo. Eis outro motivo pelo qual o pregador fiel não pode pregar
nada além das Escrituras Sagradas, pois, o Espírito Santo usará a Sua espada (a
Palavra – Ef 6.17) para tocar no mais profundo do coração humano e
transformá-lo (Hb 4.12).
O pregador e Deus
A
convicção de ser um mero instrumento de Deus, um mero canal através do qual
Deus Se dará a conhecer aos homens. Seu alvo deve ser que Deus seja apresentado
como a única salvação para o pecador, pois, é disso que o pecador precisa: um
Salvador Eterno. Cristo tem de ser o único apresentado na mensagem. O pregador
fiel não pode jamais ceder à tentação de querer aparecer, de chamar a atenção
para si, em vez de Cristo, pois, se o fizer porá tudo a perder. Ele precisa
esforçar-se o tempo todo para que as pessoas entendam que elas necessitam de
Deus, e somente Nele está a suficiência delas (2Co 3.5).
O pregador e a congregação
De
cima do púlpito, o pregador tem uma visão singular da congregação. Ele vê
alguns olhares atentos, mãos que tomam nota da mensagem, rostos que expressam
reações à mensagem, mas, também vê bocejos de sono demonstrando falta de
interesse na mensagem, conversas e cochichos acompanhados de risos, bocas
sedentas que impulsionam as pernas a se moverem ao bebedouro revelando assim
que esta é a única sede realmente têm (a sede pela Palavra não há nesses
corações), atrativos como celulares, ou o boletim da igreja (que deveria ser
lido em casa, mas, é lido e relido avidamente durante a mensagem). E depois de
tudo isso, os únicos comentários que ele ouve após o culto são sobre uma
partida de futebol, ou outra futilidade, e, se for sobre a mensagem certamente
será uma crítica (“foi muito demorado”, “foi muito duro”, “não fez apelo”,
“repetiu o mesmo assunto do sermão anterior”, etc.). Mas, no meio de tudo isso,
ele sabe que a Palavra de Deus não voltará vazia, mas, cumprirá os propósitos
de Deus (Is 55.11), ou seja, a quem Ele quer salvar e transformar, a Sua
Palavra assim agirá; a quem a condenação é certa, a Palavra de Deus não
quebrantará o coração já empedernido pelo pecado.
Diante
de tudo isso, ore pelo seu pastor para que Deus não permita que a vaidade, ou
relaxo, ou a ansiedade ou qualquer outro pecado o atrapalhe de ser encontrado
fiel no Dia do Senhor, pois, ele vela por sua alma “como quem deve prestar
contas”. Ore por ele para que ele execute tão difícil tarefa “com alegria e não
gemendo”, pois, se isso acontecer, não terá proveito algum para ninguém (Hb
13.17).
Por Rev. Olivar Alves Pereira
Imagem: Google
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